Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do
Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre servo é de
Cristo.
1
Coríntios 7.22
Os
irmãos em geral pensam no obreiro de Deus, como sendo somente aqueles que são
chamados por Deus para dar todo o seu tempo à obra de Deus. Sem dúvida eles são
obreiros, e é dever deles se preocupar tanto com a salvação de almas, como
também em levar ao povo de Deus o conhecimento da Palavra de Deus. Mas, na
verdade devíamos ter o conhecimento de que cada pessoa salva é um servo de
Deus, pertence ao Reino de Deus e devia se preocupar com a expansão deste
reino.
Quando
o Senhor curou a sogra de Pedro, nós lemos que ela levantando-se passou a
servi-los (Marcos 1. 31), esse é um quadro do que acontece na vida do pecador
enfermo, ele é curado pelo Senhor, é salvo, deve ser o desejo dele servir ao
Senhor que tamanha bênção lhe deu.
O que
temos visto é que no início de uma vida cristã, há ânimo, interesse, aquela
vontade de levar o conhecimento de Cristo a outros, mas com o passar dos tempos
o obreiro que agora tem mais conhecimento, é tomado pelo desânimo, ao invés de
sair para distribuir literatura, fazer uma visita, convidar pessoas para as
reuniões, não o faz. Começa faltar às reuniões, trazendo um prejuízo enorme
para a igreja local, e ninguém pode aconselhá-lo, pois se fizer, ele logo
abandona a igreja local, que é seu lar espiritual, onde ele nasceu, e cresceu,
e onde ele deve servir ao Senhor Jesus.
Seria
muito bom se pudéssemos seguir o exemplo dos primeiros membros da igreja do
Senhor. Quando veio a perseguição à igreja em Jerusalém, os crentes foram
dispersos com exceção dos apóstolos. Note como eles agiam: “Entrementes, os que
foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (Atos 8: 4). Os
apóstolos não fugiram de Jerusalém, mas os crentes que fugiram é que pregaram a
palavra por toda parte aonde iam. Isso mostra a nós que à vontade de Deus é que
cada salvo seja um servo no campo. Se entendermos isso vamos nos dispor para
fazer o serviço de Deus, e muitas almas serão alcançadas, e o povo de Deus vai
ser edificado. Eu gostaria agora de passar a considerar a advertência do Senhor
Jesus neste assunto:
E lhes
fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara (Lucas
10.2).
A Seara
é Grande
A
primeira advertência do Senhor é em relação à seara, para alguns irmãos a seara
é a igreja local, ficam disputando o púlpito, e quando eles não têm muita
oportunidade, devido a um número maior de irmãos, ficam aborrecidos. Seria
muito bom lembrar que, quando lemos em Mateus 9: 38, o Senhor Jesus e seus
discípulos estavam percorrendo as cidades e povoados, então fica claro que a
Seara à que o Senhor se refere é as multidões sem Cristo. Observe: “Vendo Ele
as multidões, compadeceu-se delas... (Mateus 9. 36). Devemos notar que em Lucas
o nosso texto está no contexto do envio dos Setenta, que foram, sim, enviados
as cidades (Lucas 10.10), mas tinham que pregar nas casas (Lucas 10.5).
De toda
forma entendemos que a Seara é sem duvida o mundo perdido que está diante dos
nossos olhos. Portanto os obreiros de Deus, tanto os de tempo exclusivo como os
demais, precisam erguer os olhos e ver a grande necessidade da SEARA. Quando o
Senhor diz: A SEARA É GRANDE, será que Ele não está querendo dizer que há
serviço para todos? Irmãos quando saímos fora das quatro paredes da casa de
oração, há uma imensidão de almas que precisam ser evangelizadas. Um irmão me
disse: Quando começamos a sair para as ruas para evangelizar, os problemas
entre os irmãos acabaram, que bom, não verdade?
Rogai,
pois, ao Senhor da seara...
A
segunda advertência do Senhor é em relação aos obreiros.
“...
Mas os trabalhadores são poucos”. Pensamos numa lavoura que está madura para a
colheita, o proprietário vai a busca de trabalhadores para colher a sua
lavoura, mas, não encontra homens e mulheres com disposição para ir ao
trabalho, o que vai acontecer? Uma boa parte da sua lavoura vai se perder, por
não ter trabalhadores. Meus irmãos, quando o Senhor Jesus Cristo fala que os
trabalhadores são poucos, ele não está falando literalmente da lavoura, mas, está
se referindo as almas perdidas neste mundo, e que estão em risco de se
perderem, isto porque nós não estamos servindo adequadamente ao nosso Senhor,
somos pessoas salvas, que por um motivo ou outro nos esquivamos de fazer o
trabalho de colher almas para o Reino de Deus.
Rogai,
pois...
Na
Verdade, nós não podemos contratar trabalhadores para a obra de Deus, pois esta
é uma prerrogativa do Senhor ( Mateus 20.1). No entanto o próprio Senhor pede
aos seus discípulos que roguem ao Senhor da Seara por mais trabalhadores. Sem
dúvida a oração é um recurso à nossa disposição. Quando nós começamos a orar, o
despertamento vem, e na maioria das vezes começa com aquele irmão ou irmã que
está orando. Eu gostaria de perguntar ao meu querido leitor, quantas vezes neste
tempo que já ficou para trás, você orou para que o Senhor enviasse obreiros
para sua seara? É tão gratificante, quando vemos uma igreja local que tem
vários irmãos que mesmo estando cansados de um dia de trabalho, ainda deixam os
seus lares para ir levar a preciosa semente da Palavra, dentro de pouco tempo
eles estarão fazendo a colheita de almas preciosas e de grande valor aos olhos
de Deus. Seria bom observarmos um detalhe nas palavras do Senhor.
Mande
trabalhadores...
O
Senhor quer homens e mulheres que enfrentam o trabalho, e todos os que Ele
chamou foram homens que no serviço secular se destacavam pela prontidão,
iniciativa, coragem, estas virtudes também se destacaram quando eles estavam se
dedicando ao serviço na Seara do Senhor. Exemplos: “Partiu, pois, Elias dali e
achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois
adiante dele; ele estava com o duodécimo. Elias passou por ele e lançou o seu
manto sobre ele (I Reis 19.19). Eliseu estava trabalhando quando o Senhor o
separou para ser o sucessor de Elias, e sem dúvida esse homem foi um obreiro
consagrado, um homem que desgastou a sua vida no Trabalho do Senhor.
Veja
outro exemplo: Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo
de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros (Amós 7.14). Homem simples, mas
trabalhador, o tipo de pessoas que Deus precisa na sua obra, podia passar um
bom tempo escrevendo sobre servos do Antigo Testamento, que eram trabalhadores
e que foram usados de modo especial na Seara. No novo Testamento temos homens
simples como Pedro e João, homens importantes (aos olhos humanos), como Lucas o
Médico, Paulo um homem de grande cultura, mas todos eles foram usados por Deus
em sua Seara, porque eram humildes trabalhadores. Seria muito bom, se o povo de
Deus pudesse entender isso.
Não
podemos deixar de olhar para o Exemplo maior: O SENHOR JESUS CRISTO. O escritor
aos Hebreus nos deixa ver que quem iniciou a pregação do evangelho que hoje
conhecemos foi o Senhor Jesus Cristo (Hebreus 2.3). Ele era um carpinteiro
(Marcos 6. 3), deixou o serviço secular para cumprir o “IDE”, assim, como
depois ele ensinou aos apóstolos e a todos nós. Ele chamou no seu tempo vários
homens para ajudá-lo na distribuição da Palavra aos corações humanos, estes
também deixaram o serviço secular e se dedicaram ao serviço da Seara, homens
como Pedro, André, Tiago e João (Marcos 1.16-20). Esses homens tinham uma firma
de pesca, eram sócios na pescaria, a pescaria era o ganha pão deles, mas
deixaram tudo porque o Senhor os chamara à trabalhar na sua Seara.
Podemos
ainda falar de Mateus (Mateus 9.9), que deixou um bom emprego no governo,
emprego que certamente lhe dava certa estabilidade de vida, para seguir o
Senhor no serviço da Seara. Uma pergunta: Se eles deixaram o serviço secular,
que era o sustento de suas famílias, como eles foram sustentados? O Senhor
Jesus Cristo nos deu o exemplo; Ele e seus discípulos foram sustentados com
ofertas voluntárias do povo de Deus. Eles tinham uma bolsa onde as pessoas lançavam
as suas ofertas (João 13.29; 12.6). Lucas menciona que algumas mulheres
prestavam assistência ao Senhor e aos discípulos com os seus bens (Lucas 8.1-3).
Paulo também vivia pela fé no Senhor, era sustentado pelo dinheiro de Deus, que
o povo de Deus fielmente entregava a Deus, ele faz menção à igrejas que se
associavam a obreiros para lhes enviar sustento (Filipenses 4.14). Isso é muito
bonito!
É
importante notar que ele mesmo fala que a igreja que não contribui para os obreiros
é inferior as demais (Pense nisso). Veja: “Porque, em que tendes vós sido
inferiores às demais igrejas, senão neste fato de não vos ter sido pesado?
Perdoai-me esta injustiça (II Coríntios 12.13). A seara é grande, os obreiros
são poucos, e são poucos também os que entendem que devem entregar à obra o que
é de Deus, para que os obreiros tenham recursos, tanto para o conforto da
família como para as despesas com o evangelismo e a edificação do povo de Deus.
Meus irmãos a falha não está no Senhor, Ele não falha, a falha está em nós,
vamos abrir os nossos olhos. Faltam obreiros no campo, faltam os recursos, e
nós o que vamos fazer? Que Deus em sua graça nos ajude. Amém.
Deus te
abençoe.
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