Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O
choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
Salmos
30.5
Ramá é
a abreviação do nome Ramote-Gileade, região citada muitas vezes no Antigo
Testamento. Atualmente, atribui-se a localização de Ramá a Ramith situado em
uma colina a duas horas de viagem de Jerusalém. O lugar ficou marcado pela
tragédia da morte das crianças, por mando de Herodes. De dois anos de idade
para baixo, nenhuma criança foi poupada da espada e em apenas um dia a matança
se realizou gerando pranto e grande choro das famílias.
Profecia
por Jeremias: "Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, o gemido de
muito choro amargo: Raquel chorando os seus filhos, recusando ser consolada
quanto a seus filhos, porque eles não mais existem." Jeremias 31.15
Cumprimento:
"Um som se ouviu em Ramá, o som do choro de tristeza amarga. Raquel estava
chorando por seus filhos. Ela não quer ser consolada, porque eles estavam
mortos." Mateus 2.18.
Raquel era
esposa de Jacó e mãe de José e Benjamim. Por muito tempo Jacó chorou a morte de
José, mas ele não estava morto, havia sido levado por mercadores como escravo para
o Egito e por ser um homem valoroso e temente a Deus, tornou-se governador.
Benjamim era o mais novo e serviu de instrumento de resgate para a família se
livrar da fome, da morte e reencontrar o irmão José.
Os dois
filhos de Raquel, representando choro e restauração. E é justamente o que a
passagem Bíblica sobre o choro das mães em Ramá pretende nos transmitir.
Enquanto Herodes mata as crianças, uma obra de esperança - a maior de todas -
acontece nas redondezas: Jesus é dado como salvação para os povos, consolação
de toda alma chorosa e amargurada.
No
livro do profeta Jeremias, a profecia relacionada a Raquel era uma parábola ao
cativeiro Babilônico, quando Ramá havia se transformado em campo de
prisioneiros. O território era herança dos filhos de Benjamim (Josué 18.25) e
agora abrigava as tribos do norte, chorosas e temerosas pelo destino de cada
um. O ano, 722 a.C.
Voltando
do cativeiro
A
profecia completa de Jeremias fala não apenas de sofrimento, mas especialmente
de restauração, vejamos:
“Assim
diz o Senhor: reprime a voz de choro, e as lágrimas de teus olhos, porque há
galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão das terras do
inimigo. E há esperança no derradeiro fim, para os teus descendentes, diz o
Senhor, porque os teus filhos voltarão para o seu país” Jeremias 31. 16.17.
Deus
enche de esperança as mães de Ramá! E podemos dizer que essas mães, são todas
aquelas que choram por filhos em cativeiro. É preciso continuar trabalhando
para que venha o galardão. E esse trabalho é à base de fé e oração.
Deus
não omite o sofrimento e a dor em Sua Palavra, mas deixa evidente que Seu amor
é capaz não apenas de curar, mas de restituir o que se perdeu.
Esperança
no hebraico, se traduz como tiqvah “estender a corda ou cordão”.
Talvez seja
mais fácil falar sobre fé e esperança do que viver esses referenciais. Mas a
vida é esse desafio que se torna rude e pesado se lutamos com as próprias
forças. E se torna surpreendente quando estamos com Cristo. O “cordão” alcança
até os insondáveis lugares da eternidade, onde apenas Deus tem acesso para de
lá nos revestir do impossível.
Raquel
chorando seus filhos em Ramá é um lugar de indecifrável dor e de incomparável
amor. Foi em Ramá que Ana chorou a Deus por um filho e recebeu como resposta
Samuel e depois dele mais cinco crianças.
Em Ramá
Ramá
diz respeito a mães e filhos, mas também a situações como a que atravessava a
nação de Israel na época de Jeremias. Raquel se recusa a ser consolada, pelos
homens, porque a nenhum deles é dado o poder de curar a alma das calamidades
espirituais.
Ramá
significa "lugares altos, elevados”, podemos dizer que é um lugar perto de
Deus, Altíssimo. Onde se ouvem orações. Enquanto os filhos de Raquel morriam em
Ramá, Deus entregava o consolo aos homens em Belém, Jesus era a promessa de
restauração do cativeiro. Por essa causa, não desprezemos a fé, ela é a melhor
escolha em todos os tempos.
Basta
um olhar sobre o mundo e as matanças diárias, para percebemos que o choro de
Raquel persiste através das gerações. Basta mais que um olhar para Deus, uma
entrega de fé, para que a esperança permaneça viva em nós.
Wilma
Rejane
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