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“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele
resgatou com seu próprio sangue.”
Atos
20.28
Nenhuma
igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23,
a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração e
jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com
as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1 Timóteo
3.1-7; Tito 1.5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de
igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35) é um
trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de
pastor de uma igreja local.
PROPAGANDO
A FÉ.
(1) Um
dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da
Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi
entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso
do seu Filho amado (cf. 20.28; 1 Coríntios 6.20; 1Pedro 1.18,19; Apocalipse
5.9).
(2) Em
20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso;
tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos
efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos”
(20.26; ver nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas
igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e
fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e
doutrina” (2 Timóteo 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo
apenas aquilo que estes desejam ouvir (2 Timóteo 4.3).
GUARDANDO
A FÉ.
Além de
alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente
resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro satanás levantará
falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora,
infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos
mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois
tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de
“lobos cruéis”, indicando que são fortes difíceis de subjugar, insaciáveis e
perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mateus 10.16). Tais indivíduos desviarão as
pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho
distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação
sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que
distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
(1) A
igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela
comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus.
Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja de Deus
que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Efésios 4.15),
e reprovem com firmeza (2 Timóteo 4.1-4; Tito 1.9-11) quem na igreja fale
coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico
(20.30).
(2)
Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos
da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo
sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ezequiel
3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de
Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho
(20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26, ver nota; cf. Ezequiel
34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele
deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2
Timóteo 1.14 nota; Apocalipse 2.2 nota).
(3) É
altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a
ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da
doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades
evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos
administrativos da igreja (2 Timóteo 1.13,14).
(4) A
questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente
inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres,
pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus
ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade
absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em
tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gálatas 1.6 nota; 1 Timóteo 4.1; 2 Timóteo
3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2 João
9-11; ver Gálatas 1.9 nota).
(5) A
igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35),
que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar
o que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como
igreja neotestamentária.
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