E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e
não aos homens, Sabendo que receberá do Senhor o galardão da herança, porque a
Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer;
pois não há acepção de pessoas.
Colossenses
3.23-25
1.
Introdução
A
escravidão era uma pratica comum no tempo de Paulo. Haviam cerca de seis
milhões de escravos no império romano, muitos deles eram pessoas cultas com
grandes responsabilidades nas casas de famílias de classe alta. Era comum escravos
ajudarem a educar e a disciplinar. Além de tudo isso, muitos destes escravos
eram convertidos ao cristianismo.
Neste
contexto, Paulo começa a perceber que alguns destes escravos convertidos
estavam insatisfeitos com sua condição e não queriam mais servir aos seus
senhores com fidelidade. Para resolver estes conflitos, Paulo propõe a estes
escravos cristãos que continuem servindo a seus senhores como se fossem
escravos a serviço de Cristo. Paulo diz: “… fazei-o de todo coração, como ao
Senhor e não a homens…”.
Paulo
entendia que a missão da igreja não era a de induzir escravos a fazerem uma
grande rebelião contra seus senhores, mas muito pelo contrario, Paulo aqui esta
preocupado em ensinar a estes escravos que o testemunho deles era mais
importante que as condições em que se encontravam. Eles tinham um testemunho a
dar, e assim não poderiam pensar ou agir como os escravos que não eram
cristãos. Paulo aqui os desafia a terem zelo em testemunhar, servindo aos seus
senhores como se estivessem servindo ao próprio Deus.
Paulo
não tinha como intenção influenciar escravos a iniciarem uma revolta contra a
escravidão. Paulo sabia que a grande missão da igreja não era gerar conflitos
entre senhores e escravos, mas ao contrário, Paulo ensina que na igreja todos
deveriam dar testemunho cristão, fossem estes escravos ou senhores, maridos ou
esposas, filhos ou pais, pois Paulo entendia que o testemunho do cristão é uma
poderosa ferramenta para alcançar vidas para Cristo.
Assim
Paulo estava desafiando escravos a servirem fielmente, pois através de seu
testemunho poderiam alcançar seus senhores para Jesus. Nosso testemunho, é uma
importante ferramenta para alcançarmos vidas para Cristo.
2. Dos
versos que lemos nesta ocasião, podemos tirar algumas aplicações espirituais
importantes para nossas vidas:
2.1. A
primeira aplicação esta relacionada a qual deve ser a nossa motivação em servir
pessoas ou até mesmo em obedecer nossos líderes?
As
vezes é importante que perguntemos a nós mesmos, porque estamos fazendo o que
fazemos. Todo cristão deveria questionar a si mesmo acerca do que o motiva a
ser líder do louvor, do Departamento de homens, ou de qualquer ministério na
Igreja local.
Eu
mesmo costumo fazer esta pergunta, quando estou enfrentando lutas que podem me
desmotivar a continuar avançando no serviço do reino.
Em
colossenses 3.23 Paulo nos lembra que nossa grande motivação em tudo que
fazemos é agradar ao Senhor. Ele diz: “….Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo
o coração, como para o Senhor e não para homens….”.
Certamente
não era fácil ser um escravo, mas Paulo relembrava a àqueles escravos que sua
motivação em servir seus senhores era agradar ao Senhor. Assim, quando aqueles
escravos serviam aos seus senhores, estavam agradando ao próprio Deus.
Certa
vez uma senhora me procurou na Igreja muito magoada com as críticas de alguns
irmãos ao seu trabalho. Ela me disse que pretendia deixar o seu trabalho na
igreja. Naquela ocasião eu lhe disse: “Irmã, nestas horas devemos lembrar que
estamos fazendo o que fazemos para aquele que deu sua vida por nós. É por isso
que não desisto, pois tudo que faço nunca será comparável ao que Ele fez por
mim”.
Paulo
nos recomenda a servir ao Senhor de todo coração, porque era assim que ele o
servia. Havia no coração de Paulo um imenso sentimento de gratidão ao Senhor,
que o havia alcançado com sua graça, e mudado toda a sua vida. Esta gratidão ao
Senhor levava o apóstolo a querer retribuir ao Senhor, servindo-o de todo
coração.
Nunca
esqueça meu irmão, que você serve ao Senhor. Quando você ajuda seu Pastor, você
está agradando a Deus. Quando você lidera, canta, evangeliza, ou faz qualquer
outra coisa, você deve ter em mente que através de tudo isso, temos a
oportunidade de servir ao Senhor e nossos irmãos.
Certa
vez um sapateiro convertido perguntou a Lutero, o grande reformador, o que
deveria fazer para servir bem a Deus. Talvez esperasse o conselho de fechar seu
negócio e tornar-se pregador do evangelho. Lutero respondeu: "Faça um bom
sapato e venda por um preço justo". Lutero ensinou àquele rapaz que ele
deveria servir a Deus por meio da sua profissão.
2.2. A
segunda aplicação é que há uma recompensa para quem serve com fidelidade
Paulo diz
no verso 24: “….cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A
Cristo, o Senhor, é que estais servindo;….”.
A idéia
de recompensa para aquele que serve é bíblica. Na parábola dos talentos os
servos que agem fielmente são recompensados.
Existem
alguns princípios espirituais importantes sobre a recompensa que receberemos do
Senhor:
A
recompensa está fundamentada na fidelidade. Na parábola dos talentos, o Senhor
diz aos servos: “Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei” (Mateus
35.21).
A
recompensa esta fundamentada no amor. Em Mateus 19:29 Jesus nos lembra: “E todo
aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher,
ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará
a vida eterna.” Existem muitas pessoas que estão servindo sem amor. E sem amor
não haverá recompensa alguma.
A
recompensa esta fundamentada na graça de Deus, não nas obras. Este principio
esta presente na parábola dos trabalhadores da vinha em Mateus 20.1-19.
Nesta
parábola Jesus diz que um pai de família sai ás 6.00 h da manhã e chama alguns
trabalhadores trabalharem na sua vinha. Às 9.00 h encontraram outros e os
chamou. Ao meio-dia e às 3.00 h da tarde, fez o mesmo. E às 5.00 h, no findar
do dia, acertou ainda com outros a sua empreitada.
Quando
chegou à noite, perto das 18.00 h, ele chamou desde os últimos até os primeiros
trabalhadores e pagou-lhes a mesma quantia. Os primeiros que esperavam receber
mais protestaram imediatamente, ao que o pai de família respondeu que estava
sendo justo com eles e bom para com aqueles.
Nesta
parábola está claro um princípio central da recompensa: Ela esta fundamentada
na graça de Deus e não nas nossas obras, para que não tenhamos do que nos
gloriar.
Assim
meus amados, sirvamos com fidelidade e amor, sabendo que a graça do Senhor
estabelecerá a nossa recompensa, e esta recompensa será justa.
2.3. A
terceira e ultima aplicação a ser feita aqui é que a lei de semeadura aplica-se
ao serviço cristão.
Nos
versos que lemos em colossenses 3.23-25, Paulo estabelece um principio
extremamente importante: “A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois
aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há
acepção de pessoas.”
No
reino de Deus existem dois grupos de pessoas: os que semeiam a justiça e os que
semeiam a injustiça.
No
verso 25, Paulo esta nos lembrando que se semearmos a injustiça receberemos em
troco a injustiça feita. Esta lei é muito clara. Quem semear injustiça colherá
a injustiça. E nisso não há acepção de pessoas.
Minha
pergunta para todos nesta ocasião é: O que temos semeado? Serviço? Testemunho?
Temos cooperado com nossos lideres e irmãos? Ou será que temos sido injustos,
nos transformando num obstáculo ao avanço da obra do Senhor e ao plano que Ele
tem para a sua igreja e nossas vidas.
Tenhamos
como propósito em nosso coração sermos fonte de benção para os nossos irmãos e
lideres. A obra do Senhor avança e não podemos nos opor a ela. Avancemos
também!
3. Conclusão
Servir
a Deus implica em fazermos algum sacrifício. Sem algum sacrifício é impossível
sermos bem sucedidos em servir aos propósitos do Senhor.
Ilustração.
Durante a II Guerra Mundial, nos Estados Unidos, era costume uma família que
tivesse um filho que servisse nas Forças Armadas colocar uma estrela na janela
frontal da sua casa. Porém uma estrela dourada indicava que o filho tinha se
sacrificado pela causa do seu país.
Há uma
história comovente sobre este costume. Certa noite um homem caminhava por uma
rua de Nova Iorque, acompanhado pelo seu filho de 5 anos. O pequeno foi atraído
pelas luzes que brilhavam nas janelas das casas e quis saber porque é que
algumas casas tinham uma estrela nas janelas. O pai explicou que aquelas
famílias tinham um filho a combater na guerra. A criança bateu as palmas quando
viu outra estrela na janela e exclamou, “Olha, papai, ali há mais uma outra
família que deu o filho ao seu país”.
Finalmente
chegaram a um descampado, depois de passarem por muitas casas. Daquele lugar
podia-se ver uma estrela dourada a brilhar no céu.
A
criança disse a seu pai: Olhe papai, olhe para aquela estrela no céu! “Deus
também deve ter dado o Seu Filho”. O pai então emocionado diz ao filho: “Sim,
de fato! Há uma estrela na janela de Deus. Sabe o que Ele fez por você? Para
“servir a humanidade, Ele sacrificou o Seu único Filho, por causa do Seu amor
por nós”.
Jesus
nos faz questão de lembrar que é necessário fazermos algum sacrifício para o
servirmos. Ele diz: “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua
cruz e siga-me” (Marcos 8.39).
Que
Deus abençoe a todos nós e que sejamos capazes de servi-lo com todo o nosso
coração.
Autor:
Pr Josias Moura
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