Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando
aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
1
Coríntios 9:27
Introdução:
O homem vocacionado para o ministério pastoral deverá ser de boa conduta. Sério
no procedimento. De palavra segura. Observador. Prudente e temperado. Deverá
cultivar um espírito reflexivo a respeito de si mesmo. Nas palavras de Paulo:
“Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos
outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” Vejamos
algumas dessas ilusões.
1
– SER CARISMÁTICO.
Ser
notável e saber atrair atenções não são justificativas de estar se portando com
correção. As multidões seguem os que são ousados e não os que são decentes. Um
pouco de carisma não é pecado; o pecado está em adulterar valores para não
perder amizades. O servo do cajado não pode embriagar-se com números. “Quem
fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele
que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.” João 7.18 ARC.
2
– SER CULTO.
A
cultura não é fonte de temor a Deus, mas de noções de inteligência. É possível
ser sábio sem saber ler. É possível ser hipócrita possuindo doutorado. O pastor
culto usará seus conhecimentos para a glória de Deus e bem do próximo; não para
ser aplaudido. Se Jesus Cristo não tivesse cultura bíblica, Satanás o teria
enganado com as tentações no deserto. Essa é a cultura que, de fato, conta. O
salmista pontuou: “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque
medito nos teus testemunhos.” Salmos 119.99 ARC.
3
– SER EXPERIENTE.
A
experiência é bem valioso acumulado ao longo dos anos, mas, por si só, não
protege da iniqüidade. Josué era homem experiente, mas foi enganado pelos
gibeonitas. Ler Josué 9.3-27. Não se singram os mares baseado nas horas de
pilotagem ou na experiência do timoneiro, mas nas coordenadas escritas. O
pastor deverá estar com a Bíblia nas mãos, diariamente, para ordenar seus
discípulos.
4
– SER DOTADO DE TALENTOS ESPIRITUAIS.
O
talento é graça para ser exercida a favor do próximo. É dom de Deus. Dizer,
porém, que o talento imprime santidade é estar pensando erroneamente. Ser
talentoso é servir ao próximo. “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine.” I Coríntios 13.1 ARC.
5
– TER AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS.
Exorcismo
não é mostra de comunhão com Deus e nem de integridade; embora seja dever
pastoral repreender os demônios das vidas das pessoas. A iniqüidade ‘convive’
bem com homens usados por Deus. “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor,
não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E,
em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente:
Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” Mateus
7.22-23 ARC.
6
– ESTAR DISPOSTO A SER MÁRTIR.
Muitas
pessoas mundo afora dão suas vidas por causas espúrias. Assim sendo, não se
pode apegar ao sacrifício supremo para justificar ser homem aprovado por Deus.
O estardalhaço é método usado para comover pessoas simplórias. “E ainda que
distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me
aproveitaria.” I Coríntios 13.3 ARC.
7
– SABER APRESENTAR-SE COM DIGNIDADE.
O êxito
‘social’ advém do estudo das etiquetas tão valorizadas pela sociedade, mas que
pouco ou nada significam aos olhos santos de Deus. São aparências, nada mais.
Nicodemos poderia ter sido ‘contratado’ em razão de sua desenvoltura
diplomática; mas no serviço sagrado do Reino de Deus não há vagas para os que
simplesmente se ‘expressam’ bem. Não basta chamar Jesus de bom mestre; é
necessário render-se aos seus benditos ensinos. Ouvir e obedecer a sua palavra.
8
– TER NOME FAMOSO NA SOCIEDADE.
É
importante que o ministro de Cristo tenha respaldo do povo, mas o povo não é
suficientemente ‘poderoso’ para dizer quem é ou não ungido pelo Senhor. Ele
precisa ser de bom testemunho e não notável. “Que os homens nos considerem como
ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se
nos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Coríntios 4.1-2 ARC.
9
– SER CONVIDADO DE HONRA.
Milhares
de pessoas dão valor interminável ao serem chamadas para encontros de ‘altas
rodas’. Satisfazem-se e comentam por dias seguidos tal ‘façanha’. O preço de
muita gente não é maior do que o de um prato de comida. “Quando te assentares a
comer com um governador, atenta bem para o que se te pôs diante; e põe uma faca
à tua garganta, se és homem glutão. Não cobices os seus manjares gostosos,
porque são pão de mentiras. Não comas o pão daquele que tem os olhos malignos,
nem cobices os seus manjares gostosos. Porque, como imaginou na sua alma, assim
é; ele te dirá: Come e bebe; mas o seu coração não estará contigo.” Provérbios 23.1,2,3,6,7 ARC.
10
– DESENVOLVER CARGO SACERDOTAL.
O
vocacionado tem o dever de operar o dom recebido de apascentar, uma vez que
prestará contas de seu serviço. Ele não está prestando favor ou
‘sacrificando-se’ tanto assim. Antes de ser fiel à ordenação pastoral, ele
deverá ser fiel a Deus; fiel à esposa; fiel à sua comunidade. “E a qualquer que
muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais
se lhe pedirá.” Lucas 12.48 ARC.
11
– SER CARIDOSO.
Ser bom
samaritano é algo pelo que cada pastor deverá primar. Entretanto, mais do que
socorrer alguém ferido e conduzir a uma estalagem, o que é obra digna de
realização; ele deverá curar as feridas da alma, as feridas emocionais. Há
religiões caridosas ao extremo, mas suas doutrinas não são baseadas nas
Escrituras Sagradas. A caridade pastoral é espontânea; não deve servir para
fazer média com as pessoas; ‘calar’ as pessoas. Assim é que Cristo ordenou:
Apascenta as minhas ovelhas!
12
– SER ESCANDALOSO E NÃO SER PUNIDO ECLESIASTICAMENTE.
Existem
muitos homens que causam escândalos à obra de Deus e seguem à frente da igreja
como se nada houvesse ocorrido. Isso é horroroso para o reino de Deus. Não há
quem tome providências. Cristo cobrará tais atitudes deles. Muitos gestores não
estão à altura moral de corrigir os faltosos e rebeldes. “Porque, como está
escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.” Romanos
2.24 ARC.
Conclusão:
Nós,
pastores, devemos pedir sempre a graça de Deus para desenvolver nossas tarefas.
Não somos super-homens, mas podemos ser aplicados, aprovados. Se o pastor não
serve de exemplo, ele não serve para nada. Dentre as exigências para o
pastoreio está a que diz: Convém que o bispo seja irrepreensível. Seja talvez a
maior tragédia de um oficial do Reino ter o nome de quem vive e estar morto.
Examinemos continuamente nossas palavras, obras, intenções e consciência.
Pr.
Odair Alves de Oliveira
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