Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de
alegria, na tua destra, há delícias perpetuamente.
Salmos 16.11
Antes
mesmo da fundação do mundo, Deus decidiu criar o homem para a sua própria
glória e louvor. No entanto, o primeiro homem rebelou-se contra o seu criador e
caiu. Sendo ele o cabeça federal da raça humana, toda a humanidade herdou a
terrível marca da rebelião. Apesar desta tragédia, o plano maior de Deus não
caiu por terra. O objetivo do Altíssimo visa formar um povo para a sua própria
glória. Para tanto, foi necessário que o seu Filho bendito deixasse o trono de
glória, assumisse a forma de homem, e se identificasse plenamente com o ser
humano.
Isto
foi preciso porque toda a humanidade encontrava-se debaixo da condenação por
causa do pecado de rebelião. Todo homem precisa da salvação. A regeneração em
Cristo Jesus tem como objetivo formar uma nova raça. Por intermédio da morte e
ressurreição de Cristo somos plenamente justificados. Naquela sangrenta cruz
Cristo pagou o preço do nosso resgate.
Unidos
no Senhor, ganhamos o status de novas criaturas. Através do novo nascimento,
recebemos a filiação divina. É precioso saber que todos os nossos pecados foram
perdoados. Mais do que isto, Deus não somente perdoa os nossos pecados, Ele
também se esquece de todos eles. No livro de Miquéias 7:18-19 está escrito:
Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da
transgressão do restante da tua herança?
O
Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.
Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará
todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Fomos
gerados de novo para a glória de Deus. O maior privilégio de um salvo é andar
com o Senhor. Aquele que desfruta da presença de Cristo é uma pessoa alegre. O
novo nascido exala um perfume especial. A fragrância deste perfume é nobre,
inconfundível e rara. É inadmissível admitirmos uma vida de peso e de tristeza,
para alguém que foi agraciado com o pleno perdão de todos os seus pecados.
Nascemos de novo para expressarmos a alegria da nova vida que recebemos em
Cristo. É contradição dizer que uma pessoa é salva, se ela continua a viver
aprisionado na masmorra das lamúrias. A Bíblia declara que o Reino de Deus é
composto de três dádivas: Porque o Reino de Deus é justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.
Romanos 14.17 b. A alegria é um Dom divino, portanto é algo espiritual.
A nova
criatura não vive com os olhos no retrovisor da vida. Não está mais acorrentada
aos pecados do passado. Por mais dolorida que possa ter sido a sua história de
infância, aquele que tem a Cristo vivendo no seu íntimo é um liberto. A alegria
da salvação é superior a qualquer trauma adquirido. DeVern F. Fromke, em seu
livro O Supremo Propósito escreve: O crente em Cristo tem um passado, mas ele é
alegre porque o seu passado é algo que realmente passou. Uma característica
daqueles que foram libertados de sua consciência dolorida e da escravidão do
pecado é que eles não têm barreiras para falar a respeito de seu passado.
Ninguém tem alegria em falar da escravidão se ainda estiver no cativeiro. Uma
vez que conhecemos a graça de Deus, conhecemos também a alegria de ter nossos
pecados perdoados.
Cristo
é suficiente para gerar em nossos corações a alegria de viver. Nele nós temos
tudo o que a nossa alma almeja: perdão, purificação de pecados, salvação, paz,
santificação, esperança, contentamento... alegria. Ele é a real causa de nossa
satisfação. A nova criatura é alegre porque Cristo Jesus é alegre. Conhecê-lo é
o nosso maior privilégio. Não há como andarmos com Ele e não exalarmos o seu
bom perfume: Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em
triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu
conhecimento. II Coríntios 2.14. O apóstolo Paulo também nos exorta:
Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Filipenses 4.4. A
alegria na vida do cristão é algo imperativo.
O novo
nascido é alegre porque o seu alvo é estar conformado com o propósito de Deus.
O caminho da cruz, longe de fazer-nos pessoas amargas e azedas, é o meio pelo
qual uma nova criatura pode realmente expressar a sua alegria e contentamento.
De que modo o mundo irá saber que Cristo habita em nós? Com certeza, as pessoas
querem enxergar muito mais do que um discurso correto em nossos lábios, elas
almejam ver o caráter de Cristo através de nosso testemunho de vida. O autor,
acima citado, fala-nos de sua interessante experiência: Nunca esquecerei dos
dias em minha vida quando, com todo o meu coração, eu procurei viver o caminho
da cruz. Minha morte com Cristo havia se tornado tão real para mim. Eu desejava
abraçar a operação da morte a fim de que a vida pudesse fluir para outros.
Contudo o meu zelo sem entendimento adequado afastava as pessoas ao invés de
aproximá-las. Uma noite, após um culto, eu escutei por acaso alguns de meus
amigos jovens os quais eu muito desejava ajudar. Eles estavam falando a meu
respeito. O que aconteceu com ele? Antes ele era cheio de alegria. Agora ele
não para mais de falar da cruz e da morte. Ele se tornou um insensível sem
personalidade.
Conta-nos
o autor que depois de vários meses o Espírito Santo trouxe-lhe uma revelação
sobre o assunto. Eu compreendi que uma vez que fomos ressuscitados com Cristo,
a sentença de morte permanece sobre o velho, mas não deve tocar a nova vida e o
espírito. Nós devemos estar sob o controle do Espírito de vida e de alegria.
Isto mudou completamente a direção do ministério deste homem de Deus. Ele
continuou sendo um pregador incansável da mensagem da nossa suficiência em
Cristo, no entanto, a sua vida teve uma mudança radical. Ele tornou-se um homem
que, ainda hoje, exala o amor, a paz e a alegria que há neste Senhor
maravilhoso.
A
verdadeira fonte da alegria é o próprio Senhor Jesus. Andrew Guay disse: A
alegria é o reflexo de Deus em nossa vida. Cristão alegre é redundância, mas
cristão murmurante é contradição. Muitos vivem suspirando e lamentando pelos
cantos, pois foram derrotados pelos seus próprios pensamentos de autocomiseração.
Estão assim porque a prioridade de suas vidas não visa o plano de Deus, mas
sim, as suas necessidades terreais. Não estão nem um pouco interessados na
glória de Deus. O caminhar da cruz, para estes é um verdadeiro suplício. Suas
vidas são dirigidas exclusivamente pelas circunstâncias. Se forem boas, esnobam
um tipo de contentamento, no entanto, se forem más, os profundos suspiros de
suas almas amargas são percebidos de longe. Os gemidos do reclamador são
inconfundíveis.
O
apóstolo da graça testemunha a respeito do poder da cruz agindo em sua vida: Eu
tenho aprendido a não depender das circunstâncias, pois depender delas poderia
fazer com que aquilo que tenho aprendido se torne sem valor algum; tenho
aprendido que as minhas fontes (nele) são suficientes e que a minha porção é
indestrutível. Filipenses 4.11-12 (tradução Moffat). Diante desta declaração,
não ficamos surpresos pelo fato de Paulo ter feito da alegria o tema central de
sua carta aos filipenses. A alegria no coração de Paulo era o resultado direto
de sua intimidade com o Senhor.
A
pessoa que vive triste e mal humorada, que reclama de tudo e sempre busca um
culpado para a sua crise, revela que algo está errado em seu interior. Suas
atitudes em relação à vida estão equivocadas. Entretanto, a alegria é o
resultado de uma harmonia interior. Quando Cristo for, de fato, os centros da
vida de uma pessoa, apesar das circunstâncias, cessam-se as ladainhas. É
perfeitamente notório que aqueles que têm bom humor lidam melhor com as
intempéries da vida. Todo cristão tem o dever e o privilégio de ser alegre. O
escritor Issac Abbott afirma: A alegria é o resultado da presença direta de
Cristo, de um sentimento de bem-estar nele e um sentimento de conformidade para
tudo que vier. A murmuração é uma atitude paupérrima de qualquer ser humano. E
não existe um murmurador que não esteja centrado em si mesmo. J. Escrivá de
Balaguer bem falou: Não há alegria? Então pense: deve haver um sério obstáculo
entre você e Deus. Quão lamentável é vermos um grande número de pessoas
aborrecidas e presas na masmorra do descontentamento. São reféns de suas
próprias atitudes mesquinhas. Não conseguem celebrar a vida, pois as correntes
da irritação as mantêm imóveis. Estes precisam conhecer que Cristo realizou na
cruz uma obra completa. A nossa velha vida, centrada em nós mesmos, foi levada
com Cristo em sua morte. Cristo é o centro de nossa vida? Então há alegria.
Deus quer que o seu povo seja pródigo em muitas coisas: amor, graça, misericórdia
e também de alegria. O Senhor quer que adotemos alegremente o caminho da cruz.
Não há como estarmos no centro da vontade de Deus à parte deste bendito estilo
de vida. A cruz de Cristo é a nossa glória: Mas longe esteja de gloriar-me,
senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado
para mim, e eu, para o mundo. Gálatas 6.14.
Um bom
perfume exala a sua fragrância e contagia todo um ambiente. A igreja foi
chamada para exalar o bom perfume em um mundo que está sendo destruído pelo mau
cheiro do pecado. Pode o mundo ver Cristo através de você? Se a resposta é sim,
com certeza, você é uma pessoa alegre.
Pr.
Tomaz Germanovix
Nenhum comentário:
Postar um comentário