Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas
como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.
Isaías 40.31
Todos
nós sabemos quem eles são: as crianças criadas na igreja. Eram as estrelas do
grupo de jovens. Talvez tenham cantado na equipe de louvor ou lideraram o
culto. E então… eles terminam o ensino médio e saem da igreja. O que aconteceu?
Isso
parece acontecer com tanta freqüência que eu quis descobrir mais sobre isso,
falar com esses jovens e obter algumas respostas honestas. Eu trabalho em uma
cidade principalmente universitária, cheia de jovens em seus 20 anos. Grande
parte deles foram criados em típicas igrejas evangélicas. Quase todos eles
saíram da igreja sem intenção de voltar. Eu gasto algum tempo com eles e é
preciso muito pouco para fazê-los desabafar, e eu fico feliz em ouvir. Então,
depois de muitas horas gastas em cafeterias e depois de pagar alguns almoços,
aqui temos os pensamentos mais comuns obtidos através dezenas de conversas.
Espero que alguns deles te façam ficar com raiva. Não com a mensagem, mas com o
fracasso da nossa substituição pragmática do evangelho da cruz pelo evangelho
da glória americanizado. Isso não é um texto negativo de “paulada na igreja”.
Eu amo a igreja, e quero ver o evangelicalismo Americano se voltar ao Evangelho
de arrependimento e fé em Cristo para o perdão de pecados; não apenas como algo
na página “em que cremos” do nosso web site, mas como o cerne do que pregamos
dos nossos púlpitos para as nossas crianças, nossos jovens e nossos adultos.
Os
fatos
As
estatísticas [N.T.: referentes aos Estados Unidos, país do autor] são
assustadoras: 70% dos jovens param de freqüentar a igreja quando terminam o
ensino médio. Quase uma década depois, cerca de metade desses retornam à
igreja.
Metade.
Pense
um pouco nisso.
Não há
uma forma fácil de dizer isso: a igreja evangélica americana perdeu, e está
perdendo, e certamente irá continuar perdendo, NOSSOS JOVENS.
Apesar
de toda a conversa de “nosso melhor recurso”, “nosso tesouro”, e das
multimilionárias imitações do Starbucks que construímos e das bandas de rock
que tocam nelas… a igreja está deixando os jovens na mão.
Terrivelmente.
O top
10 de razões pelas quais estamos perdendo nossos jovens:
10. A
igreja é “Relevante”
Você
não leu errado, eu não disse irrelevante, eu disse RELEVANTE. Nós pegamos a fé
histórica, 2 mil anos de fé antiga, a vestimos de xadrez e calças jeans skinny
e tentando vender isso como “legal” para nos nossos jovens. Isso não é legal.
Isso não é moderno. O que estamos entregando é uma imitação barata do mundo que
fomos chamamos para evangelizar.
Como
diz o ditado, “Quando o navio está no mar, está tudo bem. Quando o mar entra no
navio, aí você tem problemas”.
Não
estou me queixando sobre “mundanismo” como um bicho-papão pietista, eu estou
falando do fato que nós bocejamos por causa da leitura de um texto bíblico de 5
minutos, mas quase tropeçamos ao correr para bajular uma subcelebridade ou
atleta qualquer que faz alguma vaga referência sobre ser cristão.
Nós
somos como bajuladores em potencial, apenas esperando que o mundo ache que nós
somos legais também, tipo como vocês são, cara!
Nossos
jovens conhecem o mundo real e a nossa pose de “olhe como somos legais como
você” é facilmente ridicularizada. Em nosso esforço para ser “como eles” nós
nos tornamos menos do que realmente somos. O pastor de meia idade tentando
parecer que tem 20 e poucos não é relevante. Vista-o com calça jeans skinny e
bote na sua mão um café, não faz diferença. Isso não é relevante, é comicamente
clichê. No momento em que você tenta ser “autêntico”, você não é mais
autêntico!
9. Eles
nunca frequentaram uma igreja, para começo de conversa
De um
berçário com tema de Arca de Noé, para um painel eletrônico de estádio de
futebol no acampamento das crianças, das noites de pizza aos shows de rock,
muitos jovens evangélicos foram mimados em uma estufa nem-tanto-igreja, mas
nem-tanto-mundo. Eles nunca se sentaram em um banco de igreja entre pais de
primeira viagem com um bebê agitado e um idoso com um cilindro de oxigênio.
Eles não veem o caminho completo do evangelho por todas as fases da vida. Em
vez disso, nós silenciamos a mensagem, aumentamos o volume do som e agimos
surpresos quando…
8. Eles
ficam espertos
Não é
que nossos estudantes “ficam mais espertos” quando saem de casa, o que ocorre é
que alguém os trata como sendo inteligentes. Em vez do nosso emburrecimento da
mensagem, os agnósticos e ateus tratam nossos jovens como inteligentes e
desafiam seu intelecto com “pensamentos profundos” de questionamentos e
dúvidas. Muitas dessas “dúvidas” tem sido respondidas, em grande profundidade,
ao longo dos séculos de nossa fé. No entanto…
7. Nós
os enviamos desarmados
Sejamos
honestos, a maioria das nossas igrejas está mandando jovens ao mundo
vergonhosamente ignorantes de nossa fé. Como não poderia ser assim? Nós
abandonamos o ensino básico das escolas dominicais, vendemos a atitude de
“menos doutrina, mais atitude” e os incentivamos a começar a busca para
encontrar “o plano de Deus para a vida deles”. Sim, eu sei que nossa igreja tem
uma página de “em que cremos” no nosso site, mas é isso mesmo que tem sido
ensinado e reforçado no púlpito? Eu tenho conhecido líderes de igreja
evangélica (“pastores”) que não sabem a diferença entre justificação e
santificação. Já conheci membros de conselho de mega-igrejas que não sabiam o
que é expiação. Quando escolhemos líderes baseados em suas habilidades de
atrair e liderar pessoas ao invés de ensinar a fé com precisão… Bem, nós não
ensinamos a fé. Surpreso? E em vez da fé histórica e ortodoxa…
6. Nós
damos porcaria como alimento
Você
deu o seu melhor para transmitir a fé interior/subjetiva que você “sente”. Você
realmente, realmente, quer que eles “sintam” isso também. Mas nunca fomos
chamados a evangelizar nossos sentimentos. Você não tem como passar adiante
esse tipo de fé subjetiva. Sem nada sólido para basear sua fé, sem nenhum credo
histórico para amarrá-los a séculos de história, sem os elementos físicos do
pão, vinho e água, a fé deles está em seus sentimentos subjetivos, e quando
confrontados por outras formas de se “sentir bem” propostas pela faculdade, a
igreja perde para outras coisas com um apelo muito maior à nossa natureza
humana. E eles encontram isso na…
5.
Comunidade
Você
percebeu que essa palavra está por TODO LADO na igreja desde que a igreja
seeker-sensitive e outros movimentos de crescimento da igreja entraram em cena?
(Há uma razão e uma filosofia motriz por trás desses movimentos que está fora
do escopo desse artigo). Quando nossos jovens saem de casa, eles deixam a
comunidade de manufatura na qual passaram toda a sua vida. Com a sua fé como
algo que eles “fazem” em comunidade, eles logo descobrem que podem experimentar
“mudança de vida” e “melhoria de vida” em “comunidade” em vários contextos
diferentes.
Misture
isso com uma fé pragmática e subjetiva, e a centésima edição de festa com pizza
na mega-igreja local não tem como competir contra escolhas mais fáceis e mais
naturalmente atraentes de outras “comunidades”. Assim, eles saem da igreja e…
4. Eles
encontram sentimentos melhores
Ao
invés de uma fé externa, objetiva e histórica, nós estamos dando aos nossos
jovens uma fé interna e subjetiva. A igreja evangélica não está ensinando os
catecismos ou os fundamentos da fé aos nossos jovens, nós estamos simplesmente
incentivando-os a “serem gentis” e “amarem Jesus”. Quando eles saem de casa,
percebem que podem ser “espiritualmente realizados” e ter os mesmo princípios
subjetivos de auto-aperfeiçoamento (e sentimentos quentinhos) de algum guru de
autoajuda, de gastar tempo com amigos ou fazendo trabalho voluntário em algum
abrigo. E eles podem ser verdadeiramente autênticos, e eles podem ter essa
chance por que…
3. Eles
estão cansados de fingir
No
melhor do “sua melhor vida agora”, “todo dia é sexta-feira” do mundo
evangélico, há um pouco espaço para depressão, conflito ou dúvidas. Deixe esse
semblante de chateação, ou saia daqui. Jovens que estão sendo alimentados com
uma dieta estável de sermões destinado a remover qualquer coisa (ou qualquer
pessoa) que pragmaticamente não obedece ao “Maravilhoso plano de Deus para a
sua vida” e são forçados a sorrir e, como uma antiga música os encoraja, a
“baterem palmas” para isso o tempo todo. Nossos jovens são espertos, muito mais
espertos do que acreditamos. Então eles proclamam uma mensagem que escutei
bastante desses jovens “A igreja está cheia de hipócritas”. Por quê? Porque
apesar de que nunca lhes tenha sido ensinado sobre a lei ou sobre o evangelho…
2. Eles
conhecem a verdade
Eles
não conseguem fazer isso. Eles sabem disso. Todo aquele moralismo de “seja
gentil” que eles foram ensinados? A Bíblia tem uma palavra para isso: Lei. E é
disso que nós os alimentados, diretamente, desde que os deixamos no berçário da
Arca de Noé: Faça/ Não Faça. Quando eles ficam mais velhos começa o “Crianças
de Deus fazem/ não fazem”, e quando adultos, “faça isso ou aquilo para ter uma
vida melhor”. O evangelho aparece brevemente como algum “faça isso” para “ser
salvo”. Mas a dieta deles é a Lei, e a escritura nos diz que a lei nos condena.
Então, sabe aquela sorridente declaração de fé “ame a Deus e ame as pessoas”?
Sim, você acabou de condenar os jovens com isso. Legal, né? Ou eles pensam que
são “pessoas boas”, já que não “fazem” nenhuma das coisas que a sua denominação
ensina que não pode fazer (beber, fumar, dançar, assistir filmes adultos), ou
eles percebem que eles não atingem as próprias palavras de Jesus sobre o que é
necessário. Não há descanso nessa lei, apenas um trabalho árduo que eles sabem
que não estão aptos a cumprir. Então, de qualquer forma, eles abandonam a
igreja porque…
1. Eles
não precisam dela
Nossos
jovens são espertos. Eles entenderam a mensagem que nós ensinamos,
inconscientemente. Se a igreja é simplesmente um lugar para aprender
ensinamentos de vida que os leva para uma vida melhor em comunidade… você não
precisa de um Jesus crucificado para isso. Por que eles deveriam acordar cedo
no domingo para ver uma imitação barata do entretenimento que eles viram na
noite anterior? O pastor de meia idade tentando desesperadamente ser
“relevante” para eles, seria engraçado se não fosse trágico. Como nós
descartamos o evangelho, nossos estudantes nunca são atingidos pelo impacto da
lei, dos seus pecados diante de Deus, e da sua necessidade desesperada da obra
expiatória de Cristo. Certamente, ISSO é relevante, ISSO é autentico, e ISSO é
algo que o mundo não pode oferecer.
Nós
trocamos um evangelho histórico, objetivo e fiel baseado na graça de Deus dada
a nós por um evangelho moderno, subjetivo e pragmático baseado em atingir
nossos objetivos ao seguir estratégias de vida. Ao invés de sermos fiéis à tola
simplicidade do evangelho da cruz, temos estabelecido como objetivos o
“sucesso” de uma multidão crescente alcançada com esse evangelho de glória.
Esse novo evangelho não salva ninguém. Nossos jovens podem marcar todos os
itens de uma lista de autoajuda ou simplesmente um espiritualismo auto
concebido… e eles podem fazer isso com mais sucesso pragmaticamente e em uma
comunidade mais relevante. Eles saem porque, lhes dada a escolha, com a
mensagem que ensinamos a eles, é a escolha mais inteligente.
Nossos
jovens saem porque nós não conseguimos entregar-lhes a fé “que uma vez por
todas foi entregue” à igreja. Eu gostaria que não fosse óbvio assim, mas quando
eu apresento a lei e o evangelho para esses jovens, a resposta é a mesma de
sempre: “eu nunca ouvi sobre isso”. Eu não sou contra entreter os jovens, nem
mesmo painéis eletrônicos ou festas com pizza (apesar de que provavelmente eu
seja contra caras de meia idade vestindo uma calça justa para ser “relevante”).
É apenas que aquela coisa, a PRINCIPAL coisa que nos foi incumbida? Nós estamos
falhando. Nós falhamos com Deus e falhamos com nossos jovens. Não deixe outro
jovem sair pela porta sem ser confrontado com todo o peso da lei, e com toda a
liberdade do evangelho.
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