Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos
seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as
enviou, e as notificou a João seu servo;
O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus
Cristo, e de tudo o que tem visto.
Bem-aventurado aquele que lê,
e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas; porque o tempo está próximo.
João, às sete igrejas que
estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e
que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;
E da parte de Jesus Cristo,
que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis
da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
E nos fez reis e sacerdotes para
Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.
Eis que vem com as nuvens, e
todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da
terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o
Todo-Poderoso.
Apocalipse
1.1-8
INTRODUÇÃO
1. Dois
fatores contribuem para que muitos crentes evitem o livro de Apocalipse:
a) A
idéia de que ele é um livro selado, que trata de coisas encobertas
- Na
verdade o livro de Apocalipse é oposto disto. Apocalipse significa tirar o véu,
descobrir, revelar o que está escondido. A ordem de Deus é: "Não seles as
palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo" (22:10). As
coisas que em breve devem acontecer mostra que há uma tensão entre o futuro
imediato e o mais distante; o mais distante é visto como que transparecendo do
imediato. O Cordeiro é o executor do deve acontecer. Há duas atitudes em
relação à segunda vinda: 1) Quem se acomoda diz: "Onde está a promessa da
sua vinda?" 2) "Estai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando
será o tempo".
b) A ideia de que ele é um livro que fala de catástrofe, tragédia e caos
- Esse
é o significado da palavra hoje. Tornou-se sinônimo de tragédia. Mas Apocalipse
não fala de caos, mas do plano vitorioso e triunfante de Cristo e da sua
igreja.
I. O
TÍTULO DO LIVRO DE APOCALIPSE
1. O
Apocalipse é um livro aberto e não fechado
• A
palavra "Apocalipse" significa descoberta, sem véu. Revelação não é
especulação humana, é a Palavra de Deus e o testemunho fiel (v. 2). Ele revela
o plano vitorioso, triunfante de Cristo e da sua igreja. Sua vitória absoluta
contra todos os seus inimigos: a Meretriz, a besta, o falso profeta, o dragão,
os incrédulos, a morte. O Apocalipse mostra que o último capítulo da história
não será de tragédia, mas de uma retumbante vitória do Cordeiro de Deus, o Rei
dos reis e Senhor dos senhores.
•
Apocalipse é um livro aberto em que Deus revela seus planos e propósitos para a
sua igreja.
2. O
Apocalipse não é revelação apenas das últimas coisas, mas sobretudo do Cristo
vencedor e glorioso
• O
Apocalipse não fala tanto de fatos, mas de uma pessoa. Apocalipse é
fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo (v.1), e não apenas de eventos
futuros. Você não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus. Apocalipse não
é revelação de João, mas revelação de Jesus Cristo a João.
•
Cristo veio ao mundo para revelar o Pai (João 17.6). No Apocalipse é o Pai quem
revela a Jesus (Apocalipses 1.1). E como o revela? Como o servo lavando os pés
dos discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o matadouro? Como aquele de
quem os homens escondem o rosto? Como aquele que está pregado na cruz, com o
rosto cheio de sangue? Como aquele que têm as mãos atadas e os pés pregados na
cruz? Absolutamente não!
• A
revelação do Noivo da Igreja pelo Pai é de um Cristo glorioso: Seus cabelos não
estão cheios de sangue, mas são alvos como a neve. Seus olhos não estão
inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não estão pregados na cruz, mas
são semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está rouca, porque a língua está
colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é voz como voz de muitas águas.
Suas mãos não estão cheias de pregos, mas ele segura a igreja e a história em
suas onipotentes mãos. Seu rosto não está desfigurado, mas brilha como o sol.
• O
objetivo do livro de Apocalipse não é nos dar uma tabela do tempo do fim, mas
nos revelar o Noivo glorioso da igreja, o supremo conquistador. A igreja
precisa olhar para a supremacia do seu Senhor. Durante a sua primeira vinda a
glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da sua glória. Mas
na segunda vinda de Cristo, sua glória será auto-evidente (Marcos 14.61-62; Apocalipses
1.7).
II. O
AUTOR DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 1,2-4
1. Deus
tem planos distintos ao usar seus servos
• O
Espírito Santo usou João para escrever o quarto evangelho, as cartas e o
Apocalipse. O objetivo do evangelho é alertar as pessoas a crerem em Cristo
(20.31). O objetivo das cartas é encorajar os crentes a terem certeza da vida
eterna (5.13). O objetivo do Apocalipse era alertar os crentes para estarem
preparados para a segunda vinda de Cristo (22.20).
2. Deus
transforma tragédias em triunfo
•
Domiciano, o segundo Nero, que arrogou para si o título de Senhor e Deus, baniu
João para a Ilha de Patmos, a colônia penal da costa da Ásia Menor. Mas ao
mesmo tempo em que se achava fisicamente em Patmos, achou-se também em espírito
e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as coisas que em breve devem acontecer.
• Num
tempo em que a igreja estava sendo massacrada, pisada, perseguida e torturada,
João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o Senhor absoluto dos céus e
da terra, está no total controle da igreja e da história (1.1.3; 5.5).
3. Deus
esclarece uns e confundem outros
• O
livro de Apocalipse é um livro altamente simbológico. Por quê? É como as
parábolas: esclarece uns e confundem outros. Para a igreja era uma mensagem
clara, mas para os ímpios uma mensagem indecifrável.
• Os
símbolos não enfraquecem com o tempo. Em vez de falar do diabo como um ser
maligno, falou de um dragão. Em vez de falar de um ditador, falou de uma besta.
Em vez de falar de um sistema sedutor, falou de uma Meretriz, Babilônia, a
grande.
III. OS
LEITORES DO LIVRO DE APOCALIPSE
1. As
sete igrejas da Ásia Menor
• O
número sete é um número importante no livro de Apocalipse. Ele aparece 54 vezes
neste livro. O livro fala de sete candeeiros, sete estrelas, sete selos, sete
trombetas, sete taças, sete espíritos, sete cabeças, sete chifres, sete
montanhas. O número sete significa completo, total. Havia mais de sete igrejas
na Ásia Menor. Mas quando Jesus envia carta às sete igrejas, significa que ele
envia sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares, em todos os tempos.
• Não
há nenhuma indicação nas sete igrejas que elas representem sete períodos
sucessivos da história da igreja. João escolheu estas sete igrejas para que
elas servissem de representantes da igreja toda. O Apocalipse era e é para toda
a igreja.
2. Este
livro é destinado a todos os cristãos em todos os tempos
• Não
podemos limitá-lo à visão preterista nem à visão futurista. Ele é um livro
encorajador para os todos os cristãos em todos os tempos.
• Este
livro devia ser lido em voz alta em culto público (v. 3). Há uma
bem-aventurança para os que lêem, ouvem, e praticam a mensagem deste livro.
• Para
todas as igrejas o Senhor que anda no meio dos candeeiros tem uma palavra de
exortação e também de encorajamento. Ele os desafia a serem vencedores!
• A
mensagem central de Jesus para a igreja é que nós não devemos nos aproximar da
profecia apenas com curiosidade acerca do futuro.
Quando
Daniel e João receberam a palavra da profecia, do plano de Deus, do futuro,
ambos caíram aos pés do Senhor (Daniel 10.7-10; Apocalipses 1.17). Eles ficaram
esmagados pela grandeza da manifestação do Senhor. É assim que nós devemos nos
aproximar do livro de Apocalipse, como adoradores e não como acadêmicos.
IV. O
REMETENTE DO LIVRO DE APOCALIPSE
1. Uma
saudação de encorajamento e não de medo – v. 4
• Graça
e Paz não é uma palavra de medo, mas de doçura, de encorajamento a uma igreja
que passa pelo vale do martírio.
2. A
Graça e a Paz são enviadas à Igreja pela Trindade - v. 4-5
• O
Deus Pai, o Deus Espírito e o Deus Filho estão no completo controle da história
e num tempo de sombras e provas, eles enviam à igreja sua graça e sua paz.
3. Como
a igreja deve ver o seu Noivo? – v. 5
a) Como
a Fiel Testemunha - Jesus foi fiel durante todo o seu ministério. Nunca deixou
de testemunhar sobre o Pai, mesmo na hora do sofrimento e da morte. "Eu
vim para fazer a vontade do Meu Pai." = PROFETA.
b)
Primogênito dos Mortos - Jesus foi o primeiro a ressuscitar em glória. Ele está
vivo para sempre. Ele é o primogênito porque é o primeiro da fila e nós vamos
logo atrás. Jesus matou a morte. Ele venceu nosso último inimigo. Uma igreja
que está enfrentando o martírio precisa saber que o seu Deus vencer o poder da
morte. A noiva do Cordeiro não tem mais a morte à sua frente, mas atrás de si =
SACERDOTE.
c) O
Soberano dos Reis da Terra - A igreja precisa ver Jesus como o presidente dos
presidentes, diante de quem todos os poderosos vão se dobrar. Jesus está acima
de Roma, dos imperadores. Ele está acima dos impérios, das nações soberbas, dos
reis da terra, dos presidentes que ostentam o seu poder = REI.
4. Como
a igreja deve se posicionar diante do seu Noivo? – v. 5-6
•
Quando João vê a glória do Noivo, ele prorrompe numa doxologia suprema, diante
da suprema glória de Cristo. Ele se encanta com o Cristo que lhe é revelado.
Seu coração se derrama em adoração.
• Por
que a igreja deve adorar o seu Noivo?
a)
Porque ele nos ama - O verbo está no presente. O amor de Cristo é algo que
permanece. Ele nos amou, ainda nos ama e nos amará até o fim.
b) Ele
nos libertou dos nossos pecados - Fala de um ato de redenção concluído (5:9). A
versão King James diz que ele nos lavou. Ele quebrou as amarras do pecado e nos
limpa. O que é maravilhoso é que ele nos amou quando estávamos sujos e perdidos
e depois nos libertou.
c) Nos
constituiu Reinos e Sacerdotes – A igreja não foi amada e libertada para nada.
O alvo do amor é nos constituir reis e sacerdotes para Deus. Ele nos ama. nos
levanta da lama e depois nos coloca a coroa e a mitra. Já estamos assentados com
Cristo nas regiões celestiais, mas haveremos de ser co-regentes com ele, pois
reinaremos com ele. Somos um reino não apenas porque Cristo reina sobre nós,
mas porque participamos do seu reinado. A mitra do sumo sacerdote tinha uma
placa de ouro "Santidade ao Senhor’. Temos livre acesso a ele, pois somos
uma raça de sacerdotes reais.
V. O
TEMA DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 7-8
1. Há
uma descrição das características da sua Vinda
• O
grande tema do livro de Apocalipse é a glória e a vitória de Cristo na sua
vinda. Esta verdade é apresentada nas sete seções paralelas. Cristo vem para
estabelecer o juízo e triunfar sobre seus inimigos. Na primeira vinda a glória
de Cristo não era auto-evidente, mas na segunda vinda será (Mc 14:61). A igreja
triunfa com ele, enquanto seus adversários lamentarão (6:15-16; Zc 12:10). Os
ímpios não se converterão (9:20; 16:9,11). Como Jesus virá?
•
Aqueles que o amam se alegrarão na sua segunda vinda, mas aqueles que o
rejeitaram se lamentarão. Como será a sua vinda?
a) Uma
vinda Pessoal
b) Uma
vinda Pública
c) Uma
vinda Visível -
d) Uma
vinda Poderosa
e) Uma
vinda para juízo
2. Há
uma descrição das características daquele que vem
• Essas
características da sua eternidade e onipotência são dadas, para mostrar que
Jesus é poderoso para executar o seu plano na história humana.
CONCLUSÃO
• Temos
hoje uma visão da glória do Noivo da Igreja? Temos honrado o nosso Noivo?
Estamos nos preparando para encontrar com ele, como as virgens prudentes?
Nossas lâmpadas estão cheias de azeite?
Pastor
Josias Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário