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sexta-feira, 7 de março de 2014

As Perguntas de Deus a Jó




Para Decorar: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?

 Romanos 9.20


INTRODUÇÃO

As perguntas são um aspecto importante do ensino. Podem ser usadas para ensinar aos homens o que não sabem ou reforçar aquilo que já sabem. Quando Deus interrogou a Jó, foi para ensinar-lhe coisas que já sabia, mas que recentemente falhara em reconhecer e aplicar. As perguntas de Deus foram calculadas para produzir resultados certos. Esses mesmos resultados podem ser produzidos na sua vida hoje, se você aplicar as perguntas de Deus a si mesmo.

VOCÊ ESTAVA LÁ? (Jó 38.1-7)

Esta seção das Escrituras é a primeira parte de um capítulo contendo aproximadamente 42 perguntas feitas por Deus a Jó (Jó 38.1-41). Todas foram calculadas para fazer com que Jó tomasse consciência de sua atitude errada em relação ao seu sofrimento.

O fato de Deus ter falado a Jó “do meio de um redemoinho” (v. 1) enfatizou o grande poder do Criador. Quando Deus perguntou: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” ele não estava pedindo a Jó que se identificasse (v. 2). A idéia que colocou diante dele foi esta: “Quem você pensa que é?” Pretendia com isso censurá-lo pela sua atitude presunçosa. Questionando a justiça de Deus, Jó havia colocado o Seu propósito sob uma luz falsa. Esta argumentação teve um resultado positivo, pois maist arde Jó confessou o seu pecado (Jó 42.3). (1 Jo 1.9.)

Através de todo o livro não há um indício sequer de ter sido feita a Jó al­guma revelação que lhe explicasse a razão do seu sofrimento. Jó pode nunca ter vindo a saber por que sofria. Deus não era obrigado a dar-lhe uma razão. Quando você sofre, a pergunta a ser feita é esta: “como posso glorificar a Deus no meu sofrimento?”

O interesse de Deus por Jó fez com que Ele fizesse algo além de condenar e punir. Ele queria restaurar Jó. Seu método foi humilhá-lo, a fim de poder edificá-lo e restaurar nele a atitude certa.

“Cinge, pois, os teus lombos” (v. 3) é a ordem de Deus para que! Jó se prepare para agir. Jó deveria ficar pronto para fazer qualquer coisa que o Senhor exigisse dele, seja mental ou física. (Veja 1 Reis 18.46; 1 Pedro 1.13.)

Jó tentara usurpar o lugar de Deus enquanto argumentava o seu caso perante os amigos. Deus o fez lembrar que não passava de um simples mortal. Dizendo-lhe que cingisse os seus lombos “como homem” (v. 3), Deus estava lembrando-o de sua mortalidade, assim como enfatizava a espécie de preparação que ele deveria fazer. Deus estava declarando guerra ao orgulho e presunção de Jó.

A pergunta seguinte de Deus (v. 4) fez com que Jó encarasse a realidade do fato de que não passava de simples criatura em lugar de Criador.

“Se é que o sabes” (v. 5) é a maneira de Deus lembrar a Jó de sua falta de conhecimento. Jó evidentemente falara da criação como se estivesse lá, quando esta ocorreu. Deus, com gentileza, mas firmemente lembrou-lhe que ele não estava lá.

Jó não podia oferecer nenhuma explicação para as maravilhas da criação. Deus tinha marcado com cuidado o lugar que a terra deveria ocupar (v. 5) e tinha suspendido o globo no espaço (v. 6). A ordem e coesão do universo, assim como os seus movimentos, estão além da capacidade de explicação de Jó.

Ele era inferior a Deus, sendo, também, inferior aos anjos. O homem não tem nenhuma reivindicação sobre a divindade. Ele está ainda mais distante da divindade do que os anjos.

VOCÊ ME CULPA? (Jó 40.6-9)

“Passar adiante a culpa” é uma velha tradição humana que data dos tempos do jardim do Éden. Adão tinha culpado Eva por dar-lhe o fruto da árvore proibida para comer. E também culpou a Deus pelo que acontecera de errado no paraíso. “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gênesis 3.12), acusou Adão.

Em suas respostas aos amigos, Jó havia mencionado que existiam meios melhores para Deus tratar com ele. Jó estava acusando Deus de um juízo incorreto. Deus convidou-o a acusá-lo de julgamento imoral (Jó 40.8). Como poderia Jó responder? Ele já admitira que era “indigno” (Jó 40.4). A luz da sabedoria e poder do Criador, ele podia apenas “abominar” a si mesmo pela sua pretensão de ser mais reto do que Deus (Jó 42.6).

Somente um Governante perfeito poderia governar esta terra e os seus povos. Desde que Jó não possui o poder de Deus, ele precisa renunciar ao direito de ser Deus e deixar de questionar o julgamento divino.

Veja Apocalipse 4.11 como exemplo de exaltação ao Criador que tem todo o poder e o direito de governo sobre os povos da terra e os exércitos do céu.

Jó viu-se apanhado em uma situação onde procurou julgar a Deus, quando somente Deus podia justificá-lo. Jó havia suplicado por esta justificação por parte de Deus (Jó 19.23-29). Ele tinha compreendido que nenhum homem pode ser justificado por seus próprios méritos (Jó 9.13-24). Mas, em meio ao sofrimento, o sentido de propriedade espiritual de Jó ficara embotado. Quando o quarto amigo de Jó, Eliú, terminou de falar, Deus notou a inclinação de Jó para acusar seu Criador (Jó 40.8).

As perguntas feitas por Deus a Jó fizeram com que este percebesse que devia pedir a misericórdia do Senhor. Jó jamais poderia livrar a si mesmo do pecado ou do sofrimento (v. 14). Somente Deus podia quebrar os grilhões de Satanás sobre a riqueza e bem-estar de Jó. (Romanos 8.33; Hebreus 2.14,15.)

DEVO ALGUMA COISA A VOCÊ? (Jó 41.11)

Deus estava no processo de colocar Jó no seu lugar. Este não tinha nenhum direito de assumir o papel de Deus, quando não passava de um simples ser humano pecador. A criatura tinha colocado o Criador debaixo de uma obrigação. Como Deus lidaria com Jó neste assunto? Continuaria a mostrar-se paciente e a conceder-lhe misericórdia?

O orgulho do homem o faz pensar que Deus precisa de Suas criaturas e de suas dádivas. Jó teve a ousadia de agir deste modo.

Sua presunção não tinha nenhuma base. Todos os seus bens e sua saúde eram dons de Deus. Fora Ele quem lhe dera tudo o que tinha, pois Jó viera ao mundo sem nada.

A conclusão a que Jó chegou foi que merecia mais do que recebera das mãos de Deus. Em outras palavras, sua vida reta antes de suas provações obrigava Deus a dar-lhe uma existência mais confortável.

A lição que Jó precisava aprender era dupla: ninguém pode dar mais do que Deus, e ninguém pode exigir nada de Deus.

O apóstolo Paulo citou Jó 41.11 em Romanos 11.35: “Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído?” O contexto desta passagem na epístola aos Romanos trata da demonstração da misericórdia de Deus (Romanos 11.30-32). A misericórdia de Deus manifesta o favor não mere­cido que Ele concede aos homens. Deus é o início e o fim da salvação do homem. Ninguém é justificado com base em seu próprio mérito, mas na graça de Deus. (Salmos 3.8; Efésios 2.8,9; Tito 3.4-7.)

Jó experimentara a graça de Deus em sua própria salvação. Iria experimentá-la novamente no livramento da opressão de Satanás. Essa libertação, porém, não seria dada a Jó por merecimento ou porque Deus fosse obrigado a libertá-lo. Da mesma forma que não era obrigado a justificar as Suas ações, Deus também não era obrigado a livrar Jó de suas aflições.

Se ele não pudesse aprender essas lições, não seria restaurado a uma condição de espiritualidade. Deus queria que ele se submetesse ao Criador. O apóstolo Tiago resume o propósito de Deus para cada um de nós neste aspecto. Devemos submeter-nos a Ele, resistir ao diabo, achegar-nos a Ele, e purificar nossos corações (Tiago 4.7,8).

Pelo uso de perguntas cuidadosamente elaboradas, Deus estava mostran­do a Jó sua necessidade de uma mudança de atitude. Ele estava procurando fazer com que Jó voltasse a uma posição de comunhão.

EXAMINE SUA VIDA:

Você aplica as perguntas de Deus à sua vida? Jó não teve nenhuma explicação para o seu sofrimento enquanto viveu. Devemos esperar uma justificação para os nossos? Você está sempre preparado para fazer o que Deus quer de você, seja no aspecto mental ou físico? Tudo o que temos nos foi dado por Deus. Podemos exigir alguma coisa dEle?


 Autor: Pastor Josias Moura

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